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Outubro Rosa: sexualidade e câncer de mama

Já é fato: uma em cada 8 mulheres terá câncer de mama em algum momento da vida. Este é o tumor que mais incide entre o público feminino, e também o que mais mata. Em mortalidade, ele só perde para as doenças cardiovasculares. E a sexualidade de uma pessoa com câncer de mama? Onde fica?

A afirmação bombástica é da oncologista clínica do Hospital Sírio Libanês, Andrea Shimada durante a VIII Conferência Nacional de Lideranças Políticas Femininas, realizado no dia 23 de setembro  em São Paulo. 

E ela não está sozinha nessa estimativa. No último Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, o organizador do evento, Observatório de Oncologia, apresentou um estudo em que aponta o crescimento de 2,5% da taxa de mortalidade por câncer de mama em mulheres com idade entre 20 e 49 anos. Os números foram feitos com os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) entre 1997 e 2016.

Já os números do DataSUS e do INCA, apresentam que entre 1998 e 2017, o crescimento no número total de mortes em mulheres com câncer de mama  cresceu de 2,2 mil para 3,7 mil. O que significa dizer que a quantidade de mortes atualmente é 67,5% acima do total de duas décadas atrás.

A vida após o tratamento de câncer de mama

Atualmente, com o avanço da medicina, é possível ter uma boa qualidade de vida durante e após o tratamento. Já que se descoberto precocemente, esse tipo de câncer tem chances de cura que chegam a 95%.  

De acordo com o Dr. Rogério Fenile, mastologista pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, atualmente é possível remover ou destruir o tumor por completo.

Tudo isso, após uma avaliação detalhada sobre o tipo de câncer, estágio da doença, saúde em geral da paciente e uma conversa sobre todas as possibilidades de tratamento.

“Hoje, temos mais casos de cura e controle da doença e esses números têm aumentado. Mas, sempre existe a preocupação da recidiva ou metástase, e essa possibilidade existe. No entanto, com o acompanhamento adequado, podemos ficar atentos e a mulher voltar a ter a sua vida normal“, conta o especialista.

Independente das mudanças que forem vivenciadas durante e depois da doença, o médico explica que é fundamental o apoio do parceiro e da família para o cuidado com a saúde emocional da mulher.

Pois ela vivenciou um estresse grande e teve que lidar muitas vezes com a mudança de sua aparência. O que, consequentemente, afeta a sua autoestima.

“Estudos mostram que a maioria das mulheres tem dificuldades de voltar a ter uma vida sexual. O acompanhamento psicológico é de extrema importância, para ajudá-la em tudo que ela passou. Mas a maneira que ela será tratada pelas pessoas que estão mais próximas a ela e o apoio que ela vai receber faz muita diferença”, observa o médico.

Outro recurso muito útil para ajudar a paciente nessa etapa é participar de um grupo de apoio. Pois ele permite compartilhar experiências, trocar conselhos e ter perspectivas que estão de fora de seu círculo familiar ou de amigos.

Principais acompanhamentos

As consultas de acompanhamento, após o câncer de mama, costumam ser regulares e vão reduzindo continuamente. Depois de cinco anos, elas passam a ser anuais.

Boa parte dos tratamentos contra o câncer podem ter efeitos colaterais. Sendo que alguns podem ser temporários e outros durarem muito tempo. Têm ainda os efeitos que aparecem anos após o tratamento e passam a ser acompanhados depois.

“Quando o tratamento termina, acompanhamos a paciente de perto para examinar, conversar a respeito de qualquer sintoma ou receio que a paciente esteja sentido. Pedimos alguns exames para acompanhamento da doença e ficamos atentos com os efeitos colaterais posteriores”, diz o especialista.

Já os exames ginecológicos devem ser feitos anualmente. Pois muitas mulheres passam a fazer tratamentos hormonais com medicamentos que podem ter efeitos colaterais, como o câncer uterino que tem risco aumentado após a menopausa.

As pacientes que precisaram de cirurgia nas mamas devem realizar a mamografia anualmente. Nos casos de uma cirurgia conservadora, ela é iniciada seis meses após a cirurgia, depois que a paciente já terminou a radioterapia.

Como alguns tratamentos de câncer de mama também podem levar a uma menopausa precoce é importante medir regularmente a densidade óssea para prevenir uma possível perda óssea.

“Embora existam diversos cuidados necessários em um acompanhamento posterior ao câncer de mama, isso não deve ser motivo para a mulher em questão desanimar. Pois, com o acompanhamento adequado podemos manter o cuidado com a saúde e fazer o diagnóstico precoce caso haja alguma recidiva ou um segundo câncer”, finaliza.

Sexualidade não pode ser tabu no tratamento do câncer

A sexualidade é a soma da relação íntima, biológica e emocional de um indivíduo, compreendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como essencial para o bem-estar e qualidade de vida.

E quando falamos sobre o tratamento do câncer não é raro que este tópico seja ainda um tabu. Afinal, a prioridade é concentrar esforços na cura exclusiva da doença.

No entanto, ao contrário do senso comum, parte deste processo é ter a visão da importância da qualidade de vida antes, durante e depois do tratamento.

São diferentes as reações e impactos tanto na sexualidade quanto na vida sexual depois do descobrimento de um câncer.

A importância de um apoio clínico multidisciplinar

“Em alguns casos mais extremos, pacientes passam por uma retirada da mama. Em outros, o tratamento causa desbalanço hormonal, impactando até mesmo a alteração da autoimagem e autoestima. E tudo isso abala a sexualidade. E, por conseguinte, o bem-estar desse paciente e seu companheiro. É preciso sempre pensar em formas de minimizar os impactos na vida social dessa pessoa. A sexualidade é social”, explica a psicóloga Alyne Braghetto, que integra o time do ambulatório de sexualidade do Centro de Oncologia e Hematologia da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

O ambulatório de sexualidade faz parte de uma das ações que visam cuidar do paciente de forma integrada e holística. Tratando a doença e cuidando da vida.

Para o oncologista Dr. Diogo Bugano, é um conceito que significa que não basta curar, mas lidar com as questões colaterais. Para que a pessoa não marginalize outras partes de sua vida, aprendendo a lidar com todas as difíceis questões que fazem parte do tratamento oncológico.

“Além de curar é preciso estar bem”, completa. O atendimento funciona com um time especializado e multidisciplinar. Time que é composto por profissionais de Enfermagem, Psicologia, Oncologia, Ginecologia, Urologia e Fisioterapia.

“Trabalho há 14 anos com Oncologia e, nesse tempo, pude perceber que a sexualidade é algo muito singular, mas importante em todas as etapas da vida. Vai muito além do sexo, afeta a disposição, autoafirmação, autoestima e tudo isso toca a pessoa como um todo. Justamente por isso, a ideia do ambulatório de sexualidade é que além de dar suporte ao paciente, mostre que ele pode e deve falar e se importar com a questão. Precisamos começar a conscientizar o corpo clínico da necessidade de se abordar o assunto e dar informação, caminhos e ferramentas para os pacientes, suas famílias e parceiros”, conta a enfermeira do ambulatório Sabrina Rosa de Lima Matos.

Câncer de mama não é só “coisa de mulher”

Em meio ao Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, Mathew Knowles, pai da cantora Beyoncé, revelou em um programa de TV que foi diagnosticado com a doença.

O câncer de mama também atinge os homens, apesar de raro. Nos Estados Unidos, para a população masculina, o risco de contrair a doença é cerca de 1 em 1.000.

Já no Brasil, a incidência em homens é tão rara e pouco frequente que não entra nas estimativas de casos diagnosticados divulgadas pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Porém, em 2016, 16.254 pessoas morreram por conta de câncer de mama no país. Das quais 16.069 foram mulheres e apenas 185 foram homens.

Por conta da baixa incidência, os homens têm tendência a acreditar que não podem ser acometidos pelo câncer de mama.

Mas é fundamental que estejam atentos e informados sobre os sinais para que procurem um médico o mais cedo possível. Quando diagnosticado precocemente, o câncer de mama tem 95% de chance de cura.

 

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Autor Julianna Santos

Relações Públicas, atuante em assessoria de imprensa e gestão de conteúdo para internet. Pós graduada em Educação Sexual pelo ISEXP – Instituto Brasileiro de Sexualidade e Medicina Psicossomática da Faculdade de Medicina do ABC, atendeu a várias empresas e profissionais do ramo erótico de 2002 até atualidade, estando inclusive a frente da sala de imprensa da Erótika Fair de 2002 a 2010. Também é certificada em Inbound Marketing pelo HubSopt Academy.

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