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O que os Millennials dizem sobre sexo em terapia?

Terapeutas revelam as queixas e preocupações relacionadas ao sexo que ouvem de seus pacientes da geração Millennial.

Muito se tem escrito sobre o fato de que a geração Y está fazendo menos sexo do que as gerações anteriores.

Várias teorias tentam explicar o declínio. Pode ser a opção por uma vida mais doméstica e a proliferação de smartphones e mídias sociais.

Ou ainda os efeitos colaterais dos antidepressivos, maior acessibilidade à pornografia, o aumento dos níveis de estresse ou uma série de outras razões.

Mas isso não significa que o sexo não esteja na mente das pessoas de 20 e 30 anos. O HuffPost pediu aos terapeutas que revelassem as queixas, preocupações, medos e inseguranças comuns relacionados ao sexo que seus  pacientes millennials trazem à tona em suas sessões.

Veja o que eles disseram:

Estresse e ansiedade estão mexendo com a minha vida sexual.

Os millennials são sobrecarregados  de trabalho, já que é notório que a proporção atual carga de trabalho x rendimentos é mais cruel em relação a outras gerações. 

Ao mesmo tempo, a tecnologia embaçou a linha entre trabalho e tempo de inatividade. Os feeds das rede sociais  fazem parecer que todos estão vivendo melhor sua vida. Só que em um cenário de namoro muito confuso.

Todos esses estressores deixam pouco tempo ou energia para atividades prazerosas como sexo.

“Costumo ver que, no final de um longo dia, os clientes estão cansados ​​demais para pensar em se envolver em mais contato com as pessoas. Seja através do esforço de marcar encontros ou fazer sexo com um parceiro”, diz a psicoterapeuta Kathleen Dahlen deVos ao HuffPost.

Além disso, os Millennials relatam níveis mais altos de ansiedade do que as pessoas de gerações anteriores.

Eles até foram apelidados de “geração ansiosa”.  A ansiedade, a depressão e os medicamentos usados ​​para tratar essas condições de saúde mental podem diminuir o desejo sexual de uma pessoa.

“Quando estamos estressados ou ansiosos, nossos corpos ativam o aspecto de luta ou fuga do sistema nervoso central. Esse aspecto recruta recursos para nos ajudar a escapar da ameaça percebida. A pressão arterial aumenta, a adrenalina e o hormônio do estresse cortisol inundam o sistema.  E aí nossa capacidade de nos excitar sexualmente geralmente diminui”, disse deVos. 

“Para relaxar e desfrutar do sexo, nosso sistema nervoso precisa mudar para o modo ‘descansar e digerir’. O que é difícil de fazer se estivermos constantemente preocupados com o futuro. Mesmo que seja refletindo sobre o passado ou estressados com coisas como trabalho, dinheiro ou os objetivos da vida”, acrescentou.

Sinto que não recebi uma educação sexual adequada.

A pouca ou nenhuma presença de educação sexual nos currículos escolares, as expectativas irreais estabelecidas pela indústria pornográfica e outras fontes de informações erradas deixaram muitos millennials com mais perguntas do que respostas sobre sexo.

“Os pacientes geralmente descrevem o sentimento de falta de algum conhecimento básico, sobre si mesmos e sobre as pessoas que desejam”, afirma o psicólogo clínico Jamie Goldstein.

A terapeuta sexual e psicóloga clínica Kelifern Pomeranz disse que alguns de seus pacientes millennials pensam no pornô como um manual de instruções para sexo. Ao invés de vê-lo pelo que é: uma forma de entretenimento.

“Isso lhes dá idéias irrealistas sobre como deveriam ser os corpos de seus parceiros. Cria um mal-entendido sobre como o sexo deve ser e leva à ansiedade sobre os aspectos performativos do sexo.  Como por exemplo,  preocupações com a capacidade de agradar o parceiro e a necessidade de atingir o orgasmo para ter um encontro sexual ‘bem-sucedido’.”, disse Pomeranz.

Meu parceiro e eu temos diferentes impulsos sexuais.

É bastante comum que os casais tenham libidos incompatíveis. Até porque, os nossos impulsos sexuais flutuam ao longo de nossas vidas.

“Normalmente, o apetite sexual deles era semelhante no início do relacionamento. Mas quando eles se mudavam ou se casavam, um deles normalmente não desejava o parceiro quase tanto quanto antes”, disse a terapeuta Deborah Duley. 

Para casais que lutam com esse problema, Duley recomenda trabalhar primeiro em sua conexão fora do sexo. “Para começar, descubra a linguagem do amor de seu parceiro. E verifique se está expressando amor da maneira que ele mais deseja receber. Isso, por sua vez, pode melhorar a intimidade entre os lençóis”, disse ela.

Não estou confiante em meu corpo.

Interessante notar que mesmo a geração Millennial ainda tem problemas com a imagem corporal. Essa falta de confiança pode inibir seriamente o desejo e o prazer de uma pessoa por sexo.

“É particularmente comum com minhas pacientes do sexo feminino. Embora não seja exclusivo para mulheres ou geração Millennial”, disse a psicóloga clínica Gina Delucca.

“O sexo pode ser completamente evitado devido a insegurança corporal. Como também pode haver tipos mais sutis de evitação. Tais como fazer sexo apenas com as luzes apagadas, ou apenas quando se está sob efeito de álcool ou até evitando certas posições. As pessoas podem ter problemas para aproveitar o momento de verdade. Já que estão muito focadas na aparência do corpo enquanto faz sexo.”

Duley disse que suas pacientes Millenialls costumam lidar com essas inseguranças, principalmente depois de ter filhos ou engordar. Ela trabalha com elas para pararem de vincular sua autoestima a um número na balança. Além de ajudá-las a reconhecer e apreciar as muitas coisas de que seus corpos são capazes.

“Encorajo-as a se concentrarem em todas as coisas maravilhosas que seus corpos fazem por elas. Elas aprendem a amar suas chamadas imperfeições, afirmando a si mesmas que são amáveis e desejáveis como um todo”, disse Duley.

Ainda sinto atração sexual por outras pessoas, mesmo estando em um relacionamento.

Só porque você está em relacionamento, não significa que, de repente, você tenha ficado cego ou cega. A ponto de não perceber ou interagir com pessoas interessantes e atraentes do mundo.

Contanto que você não esteja agindo sobre esses sentimentos de maneira a trair a confiança do seu parceiro ou afastá-lo do seu relacionamento, geralmente é inofensivo.

No entanto, vários pacientes Millenialls de Goldstein se sentem culpados quando experimentam uma atração por outra pessoa.

“Uma grande parte do trabalho nesses momentos é honrar os sentimentos de culpa que surgem para as pessoas. Além de desafiar a narrativa dominante que sugere que não podemos ter curiosidade sexual sobre pessoas fora de nossas parcerias”, disse Goldstein.

Tenho medo de contrair uma DST.

Sempre que você começa a namorar ou se relacionar com alguém novo, você deve conversar sobre sua saúde sexual. Por mais desconfortável que pareça.

Como os jovens sexualmente ativos estão evitando preservativos em favor do coito interrompido que é menos confiável, não é surpresa que muitos Millennials estejam preocupados em contrair uma infecção sexualmente transmissível.

Até mesmo porque, os preservativos  não são totalmente eficazes na proteção contra todas as DSTs. Eles não protegem por exemplo, as que se espalham pelo contato pele a pele, como o herpes genital.

“Às vezes há hesitação em abordar esses tópicos com seu parceiro sexual devido a preocupações de arruinar o momento. Ou mesmo por medo de insultar a outra pessoa ou ser percebido negativamente”, disse Delucca.

“Apesar de que hoje haja ampla informação sobre as DSTs, ainda há muita vergonha e estigma em torno delas. Se você estiver preocupado com a possibilidade de ter contrair algo, pare de pesquisar no Google. Marque uma consulta para fazer o teste. Dessa forma, você pode ter paz de espírito ao se testar negativamente ou procurar opções de tratamento, se necessário”, disse Delucca.

Eu não acho que meu parceiro e eu estamos fazendo sexo sempre que deveríamos.

Entre os pacientes  Milennials de Goldstein que estão em relacionamentos, uma preocupação comum é que eles não estão fazendo sexo suficiente com seus parceiros.

Obviamente, não existe uma quantidade “certa” de sexo. O que pode ser muito pouco para uma pessoa (duas vezes por mês, digamos) é apenas o suficiente para outra.

“Muitas vezes, essa preocupação é acompanhada de suposições.As mais comuns são que, se você está apaixonado por seu parceiro, o desejo de transar deve durar para sempre. A outra é que todo mundo está fazendo muito mais sexo do que você”, diz Goldstein.

Estou preocupado por não ser bom na cama.

A ansiedade pelo desempenho sexual é comum, especialmente para os Millennials que cresceram com fácil acesso à pornografia. Nos filme pornô, as ereções e os orgasmos são exagerados e abundantes. E aparentemente surgem sem esforço.

“O problema disso é que eles podem estar adicionando uma pressão indevida sobre o desempenho. O que pode resultar em ansiedade e prejudicar o próprio desempenho”, disse Delucca.

“Essas preocupações também podem levar a se concentrar demais em agradar ou impressionar seu parceiro. Ao invés de deixar fluir e se concentrar em suas próprias necessidades sexuais”.

Tente permanecer presente e em seu corpo, em vez de sentir que precisa fazer um show para seu parceiro.

“O sexo não precisa ser uma demonstração de suas habilidades ou uma encenação de um filme pornô”, disse Delucca. “Concentre-se e comunique o que achar agradável, além de incentivar seu parceiro a fazer o mesmo.”

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Autor Julianna Santos

Relações Públicas, atuante em assessoria de imprensa e gestão de conteúdo para internet. Pós graduada em Educação Sexual pelo ISEXP – Instituto Brasileiro de Sexualidade e Medicina Psicossomática da Faculdade de Medicina do ABC, atendeu a várias empresas e profissionais do ramo erótico de 2002 até atualidade, estando inclusive a frente da sala de imprensa da Erótika Fair de 2002 a 2010. Também é certificada em Inbound Marketing pelo HubSopt Academy.

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