6/9 é Dia do Sexo, mas nem sempre foi assim!

“Faltava um dia em homenagem aquilo que deu origem a tudo” Olla

Você acha mesmo que eu deixaria de homenagear o dia do ano que eu mais amo no Universo da Sexualidade? Claro que não! A data que, embora não esteja no calendário oficial do país como feriado, é uma das mais comemoradas. E sabe porque ela cai no dia 6/9… Sessenta e nove?! Risos. É para fazer alusão à posição mais sexy do Kama Sutra, onde ambos fazem sexo oral um no outro ao mesmo tempo. Contudo nem sempre foi assim…

Tudo começou no século passado, mais especificamente em 1935 quando o Círculo Brasileiro de Educação Sexual escolheu a data de 20 de novembro para comemorar o dia do sexo com o objetivo de retificar a imagem moral da prática sexual, ou seja, mostrar à sociedade que fazer sexo não era nenhuma imoralidade. Na época, diversas rádios compartilharam a campanha, contudo a data perdeu notoriedade em poucos anos. Ninguém mais comemorava o dia e nunca se soube o porquê. Será que foi para controlar a sexualidade do proletariado que disporia sua energia apenas para o trabalho? Ou para não dar mais uma haste de bandeira para as feministas da época? Ou ainda, porque estávamos à beira de uma ditadura aqui no Brasil? Vai saber, né?!

Bem, de lá prá cá, em outro canto do planeta, veio o biólogo Alfred Kinsey mostrando que era bem difícil limitar homens e mulheres à heterossexualidade, depois apareceu a dupla Masters e Johnsons pesquisando a fisiologia do sexo, bem mais tarde a urologista Hellen O´Connell reacendeu os estudos sobre o clitóris e o colocou na cena sexual novamente… Ok, tudo isso ocorreu do lado de lá da linha do Equador, mas os exemplos valeram para nós. Até que em 2008, embora nada científico e muito importante para o mercado erótico, uma marca de preservativos teve a brilhante ideia de intitular a data de 6/9 para o Dia do Sexo e esquentar os quartos de motel brasileiros colocando como slogan “faltava um dia em homenagem aquilo que deu origem a tudo”. Linda frase da equipe de marketing da Olla.

Agora vou mostrar umas curiosidades bem legais, em ordem cronológica, sobre a data para instigar sua imaginação e comemorá-la em grande estilo:

O Kama Sutra não é um livro de posições sexuais

“Ah? Como assim?! O que eu faço agora com aquele baralho maravilhoso que comprei na sex shop e que tem todas as posições do livro?”

O mais óbvio! Faça sua parceria escolher uma carta e imite tudinho na cena sexual.

O Kamasutram é um tratado sânscrito parte da literatura religiosa. Foi escrito por volta do século III pelo indiano Mallanaga Vatsyayana, como resumo de anos de trabalho sobre a tradição conhecida como Kama Shastra. Na época, era considerado didático visto que os indianos acreditavam que a felicidade no sexo dependia do conhecimento científico. A obra tem sete partes divididas em 36 capítulos, mas o único que se tornou famoso foi o inspirado no sexo dos animais, com a descrição de 529 posições sexuais e, sem ilustrações. Na verdade, o livro é um tratado de amor que descreve deveres sociais, religiosos e morais, higiene pessoal, além de ensinar como escolher a parceria ideal.

Preservativos

Gatona e gatão, vocês reclamam das atuais camisinhas de barriga cheia. A primeira ideia de preservativo apareceu numa pintura de 12 mil anos, descoberta na França, mais especificamente na caverna de Combarelles, que retrata um casal transando onde o homem está com o pênis coberto. No Egito Antigo era bem comum o uso de pele do intestino de animais para proteger a glande peniana ou então papiro lubrificado com óleos. Os chineses usavam papel de seda untado com gordura. Borracha é fichinha nos dias atuais, concorda comigo?

A camisinha como a conhecemos hoje, começou a ser planejada no século XVI pelo anatomista italiano Gabriele Fallopio (esse mesmo que deu o nome às trompas femininas). Até o século XVIII, os nobres, copiando os egípcios antigos, faziam uso de pele de intestino animal, afinal de contas precisavam evitar os filhos bastardos de algum jeito, pois não?! Somente no século XIX é que o engenheiro norte-americano Charles Goodyear criou a vulcanização (processo que torna resistente e flexível a borracha). Em 1912, o químico Julius Fromm misturou a borracha com benzeno e gasolina para conseguir um líquido no qual, colocado num molde, se transformou num material mais fino e sem costura. Alguma associação como que temos hoje? Em 1926, iniciou-se a produção em massa e atualmente temos vários tipos de preservativos: coloridos, saborizados e alguns são tão finos que parece que está se transando sem capa mesmo.

Quinto eletrodoméstico do mundo

“Opa!!! O que isso tem a ver com sexo?”

Sabe aquele brinquedinho que você comprou na sex shop da sua amiga e que agora é o seu melhor amigo? Pois bem, em 1890 o primeiro vibrador foi vendido como um simples massageador de músculos. No século seguinte, os vibradores eram tão populares (seu uso era medicinal e recomendado para tratar a histeria feminina) que os norte-americanos tinham mais do que torradeiras em casa (1917). Contudo, apenas três anos depois, o mercado dos brinquedinhos entrou em colapso.

Décadas depois, no final dos anos de 1950 o vibrador foi o instrumento protagonista das pesquisas sobre a fisiologia sexual de Marsters e Johnsons. Vinte anos mais tarde, os movimentos de liberdade sexual deram uma força para que os tais brinquedos voltassem ao mercado e da forma mais erótica possível.

Pílula anticoncepcional

As tentativas de contracepção são as coisas mais antigas da humanidade. O Papiro Ebers, de 1552 a.C., mostra uma lista com 700 registros de fórmulas para se evitar gravidez. Outro documento, o Kahun, escrito em 1825 a.C., é uma verdadeira resenha ginecológica com dois de 34 parágrafos dedicados a fórmulas como as que descreviam a aplicação de mel na vagina para retardar a mobilidade dos espermatozoides ou leite azedo para a liberação de ácido lático que modifica o pH da região matando tudo. Somente em 1957, após anos de estudos os quais não tinham por objetivo prevenir a gravidez é que a pílula foi inventada. Sua primeira versão, a Enovid, atuava e evitar ciclos irregulares e distúrbios menstruais com forte sangramento. Três anos depois, o órgão regulador da indústria farmacêutica norte americana liberou o comprimido para uso como contraceptivo e as mulheres que mentiam sobre as razões de uso só para conseguirem a pílula ficaram felizes da vida.

O mais vendido

Quem souber o que é ganha um beijo virtual agorinha (basta me acionar no Instagram @mariannakisskiss). Vou dar uma dica: é azulzinho. No decorrer de um estudo sobre dilatação vascular a fim de tratar angina e hipertensão e reduzir o fluxo sanguíneo para o coração, os voluntários relataram ereções dissociadas ao desejo sexual. É mole? Não! É duro, pois assim surgiu o Viagra e a ideia de dar fim à impotência sexual masculina. Assim, ele se tornou o fármaco mais vendido no planeta desde que estreou no mercado em1998. Naquele ano, os EUA lucraram um bilhão de dólares com as vendas.

Agora segue o meu conselho para o dia 6/9. Cai na véspera do feriado da Independência do Brasil, então, tire uns dias de folga, faça as malas com a sua parceria e a leve para uma cidadezinha serrana, com aquele friozinho tentador. Passeie pela cidade e passe na melhor loja de chocolates da região porque vocês irão precisar! Afinal, que não tem aquela fominha depois de uma longa noite de sexo? Nada melhor do que um chocolate nessa hora que é altamente afrodisíaco. Não se esqueça de providenciar um estoque de camisinhas e só pense em usar Viagra sob prescrição médica, combinado?! Quando voltar, me procure no @mariannakisskiss e me conte como foi.

Autor Marianna Kiss

Marianna Kiss é Sexóloga, Terapeuta Sexual e Tântrica Taoísta, professora de sexualidade na Formação em Sexcoach Oficial. Em sua coluna DONA DO PRÓPRIO PODER ela fala sobre a saúde íntima e sexualidade da mulher.

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