Dia do Amor - Ocitona

Dia do Amor: vamos estimular a Ocitocina!

Dia 25 de abril é Dia do Amor no Brasil, sabia? E como faz pra comemorar? Amando, é claro! Veja como a produção da ocitocina, o hormônio do amor é importante para o nosso equilíbrio emocional.

Por Dr. Ricardo Balsimelli*
 
A ocitocina (ou oxitocina) é um hormônio produzido no cérebro e tem um papel muito importante na saúde física e mental do indivíduo, desde quando ele está na barriga da mãe até a vida adulta.
 
Conhecida como hormônio do amor ou hormônio do aconchego, está vinculada ao sistema mamífero de cuidado, à linguagem amorosa, às emoções positivas e promove fortaleza do sistema imunológico.
 
Nas fases de gestação, parto e amamentação, a ocitocina normalmente é produzida pela mulher de forma natural, o próprio organismo faz esse trabalho.
 
O hormônio promove a ligação entre mãe e filho. Por meio dos cuidados que recebe e a partir das primeiras experiências em cada etapa, o bebê passa a reconhecê-la como fonte de conforto, cria memórias emocionais de afeto, de segurança e de tranquilidade e não as esquece mais.
 
“O guru que me ensinou o valor da compaixão foi minha mãe. O primeiro ato depois do nascimento é depender da mãe e tomar seu leite. Na ocasião, você nem tem ideia de quem é aquela pessoa, mas simplesmente se agarra ao peito dela. Do lado da mãe, há um tremendo senso de carinho, afeição e compaixão. O vínculo e a proximidade entre a mãe e o filho – não são de lei ou de religião, são da natureza”, disse Dalai Lama em depoimento no documentário Happy.
 
Mas a ocitocina não é exclusiva das mães e/ou das mulheres. Os homens também a fabricam. Ela nutre a todos nós no longo prazo, pois está relacionada à linguagem de aproximação e de conexão.
 
Afeta nossa personalidade, sobretudo nossa maneira de estabelecer relacionamentos nos diversos ciclos da vida.
 
Age como um neurotransmissor, regulando nosso comportamento de interação social. É associada a sentimentos de proximidade e contentamento e contribui para nosso equilíbrio emocional.
 
Essa regulação das emoções acontece porque, à medida que vamos crescendo, segundo pesquisadores, nossa capacidade de nos acalmar vai se desenvolvendo a partir de nossas primeiras experiências.
 
Trata-se de um processo de lembrança emocional, por assim dizer – um “cobertor de segurança” para situações de estresse.
 
Se nossas primeiras experiências não foram tão ideais assim, precisamos construir aquela sensação de dor e segurança na idade adulta.
 
Não podemos mudar nossos pais nem nossas experiências de infância, mas, quando adultos, podemos aprender diferentes maneiras de regular nossas emoções para lidar com os outros. E conosco.
 
Portanto, seguindo a estratégia de “criar um cobertor de segurança para situações de estresse”, é importante lembrar que o estímulo de produção de ocitocina na infância influencia fortemente nosso limiar de autocompaixão e autoconfiança na idade adulta.
 
Podemos aprender a regular hormônios de bem-estar e segurança como a ocitocina. Hoje já se sabe que, ao perceber sensações de toque, carinho e conforto, nosso corpo a fabrica, seja em mulheres ou homens.
 
Uma maneira de estimular nosso organismo a produzi-la é estar perto de pessoas de quem gostamos e amamos, e compartilhar momentos agradáveis com elas. 
 
O amor nos faz sentir seguros e confiantes (em parte, porque favorece a produção de ocitocina, uma retroalimentação amor-confiança/segurança – ocitocina-amor).
 
Quando experimentamos sentimentos carinhosos e ternos/dóceis, não somente mudamos nossa mente, mas também nosso corpo.
 
Em vez de nos sentirmos preocupados e ansiosos, nos sentimos tranquilos, satisfeitos, confiantes e seguros.
 
E nos tornamos disponíveis – nesse estado de bem-estar, conseguimos olhar para nós mesmos e para os outros por meio do amor e da compaixão.
 
Entender as vulnerabilidades, criar empatia, acolher, talvez ajudar. E, dessa forma, ativar espontaneamente nosso sistema mamífero de cuidado.  
 

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* Dr. Ricardo Balsimelli é médico com residência em acupuntura pela UNIFESP/Escola Paulista de Medicina. Tem de Título de Especialista em Acupuntura reconhecido pela Associação Médica Brasileira. É Instrutor de meditação com experiência em Vipassana, Mindfulness, Zen Budista e Yoga. É Pós graduado em Medicina Ortomolecular e Medicina Ayurvédica. E também é Professor de acupuntura no curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo. Além de ser Instrutor de meditação no Ateliê de Luz.

Autor Coluna Sexologia

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