Por Marianna Kiss
“Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido.” Jean Rostand
Diva linda, você achou mesmo que eu não ia falar sobre a prática mais deliciosa do sexo na nossa coluna Dona do Próprio Poder? Ah tá! Até parece que você não me conhece. O beijo na boca é um importante termômetro do encaixe e da continuidade do fogo da relação. Você já percebeu que casais que têm o sexo morno não se beijam mais na boca? E isso é inversamente proporcional no momento da conquista, né?! Parece até que as almas se perdem no roçar de língua e o tempo para como se aquele minuto não fosse acabar nunca. E o tesão que um bom beijo nos proporciona?! Você acredita que eu nunca me enganei… fui pra cama com os caras certos e tudo por conta do beijo na boca – que me dizia, sem palavras, tudo o que eu queria saber sobre eles. Risos.
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Boca com boca, troca de saliva, roçar de línguas… Vixi… Quando eu tinha doze anos eu achava isso bizarro. Mas, hoje eu não vivo sem… Beijar na boca para mim é um ato de carinho e a intensidade dos beijos diz tudo o que você quer naquele momento. Você também gosta de beijar na boca? Sabe como tudo começou?
Se o beijo na boca veio da pré-história ou dos egípcios, ninguém desenhou ou documentou nadinha em cavernas ou pinturas em tecido. As primeiras referências que temos desse comungar das deusas vieram dos hindus no Oriente a aproximadamente 1200 a.C., no livro Satapatha, que compila textos sagrados em que se baseia o bramanismo: “Amo beber o vapor de seus lábios”. E, de forma mais sensual ainda, no Mahabarata, poema épico com mais de 200 mil versos, compilados a cerca de 1000 a.C., que descreve: “Pôs a sua boca em minha boca, fez um barulho e isso produziu em mim um prazer”. Uiiiiiii.
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Tempos mais tarde, o indiano Kama Sutra mostrou uma visão mais amadurecida sobre o assunto com cerca de 200 momentos que detalharam a prática, a moral e a ética do beijo. Um verdadeiro manual para qualquer mortal e nele temos alguns exemplos de beijo como o “nominal” onde só se poderia tocar a boca do amante com os lábios; o “palpitante” que ensina a movimentar apenas o lábio inferior, e o de “toque” no qual a mulher está autorizada a passar a ponta da língua nos lábios do namorado. Hoje praticamos isso à vontade e sem o menor pudor dentro e fora do sexo. Adoro!
Continuando esta palhinha histórica… Na Roma Antiga, o beijo se dividiu em três versões: o osculumque significa amizade; o basiummais quente e sensual, mas que se limitava apenas ao toque de lábios entre homens e mulheres, e o savium que o poeta Ovídio definiu como “de língua, voluptuoso e vergonhoso”. Acho que este, na verdade, é brasileiro. Já para os gregos, o beijo tinha funções protocolares: beijava-se para selar um acordo e para demonstrar respeito, somente entre os homens, que fique bem claro! Os cidadãos de mesmo nível social encostavam os lábios. Se um deles era de uma classe inferior, o beijo era no rosto. E quando a diferença social era ainda maior, os lábios de um desciam aos pés do outro. Vixi. Nada higiênico, né?! Será que a podolatria surgiu daí?! Vai saber, né?!
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Mas, a pior parte da história do beijo não se deu na Grécia e sim na Idade Média a partir do século IV. A Igreja Cristã acabou com a farra dos beijoqueiros, tornou o ato ilícito e perigoso e acusou o beijo de transmitir doenças do corpo e da alma. “Beijo com objetivo de fornicação é pecado mortal, mesmo que a fornicação não se consume”, dizia o édito de Sua Santidade. Qual é a graça de sexo sem beijo na boca?
Mas chegamos ao século XVII e o savium dos romanos voltou com força total. Hoje, o conhecemos como beijo francês. E o mais curioso é que na França, o beijo de língua ficou conhecido como beijo inglês. Dá pra entender?
Há ainda comunidades que ignoram o beijo, como por exemplo, as dos nossos indígenas. Eles lidam com naturalidade com a nudez, o sexo e outras formas de carinho, mas o beijo não faz sentido algum para eles. Mal sabem o quanto é bom.
No século XX, tudo virou festa… Era kissuno Japão e kiss nos Estados Unidos. Ah… E Kiss aqui no Brasil também… juro que sou representante fiel desta prática.
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E agora, a pergunta que não quer calar… Por que, afinal, beijamos na boca? E, às vezes de um jeito louco e incontrolável e com aquela trocação de saliva toda… Ai… Me dá até um calor só de pensar. Bem, o nosso titio Charles Darwin disse que o beijo na boca não é inato nem instintivo para a humanidade. Já Otto Best, o pesquisador que mais se aprofundou no tema, disse que o ato de beijar carrega heranças culturais – simbolismo de afeto e intimidade –, e naturais, na alimentação boca-a-boca de mãe para filho praticada por povos primitivos.
Pelo sim e pelo não, beijar na boca é muito bom, saudável, movimenta 29 músculos faciais dos quais 17 estão na língua, demonstra carinho e alguns dizem para o que vieram: tesão e sexo. Risos. E ainda acelera os batimentos cardíacos que vão de 60 e a 150 por minuto, e os mais caprichados gastam cerca de 20 calorias. Sem contar que um beijo bem dado pode nos levar ao orgasmo sem penetração.
Uiiii… O importante mesmo é beijar muito desde que se tenha muita vontade. Essa é a dica desta coluna. E você?! Quer uma bela missão para 2024? Beijar muuuuuito na boca e ser feliz como nunca antes? Responda essa no meu Instagram @mariannakissoficial.